Este conjunto de trabalhos transita entre dois movimentos ou  estados de ativação. Poderia também ser dito que a exposição apresenta um exercício de looping ou sampling sobre a palavra motim, assim como percorre de forma cíclica noções de verso e reverso, dia e noite, claro e escuro, silêncio e estrondo, urgência e suspensão, enquanto evoca as mitologias dos motins a se levantar por terras e águas. As articulações de linguagens, materiais e dados simbólicos também aludem para duas percepções de tempo e experiência social, um primeiro momento é coletivo, urgente e sincronizado, para depois reverberar em movimentos mais independentes, autônomos e até mesmo solitários pelo espaço expositivo.

​

Na abertura da exposição, ao primeiro sinal sonoro do vídeo foi acionado o hasteamento das nove bandeiras. De uma visão frontal da sala, da esquerda pra direita, elas formavam a palavra motim, com o "m" final ao fundo da sala disparando também o início de uma nova formação desta palavra. Ainda a partir da parte frontal da sala, poderia ser feita uma outra leitura, da direita pra esquerda, surgindo assim a palavra "mitom", também duas vezes sinalizada neste percorrer de leitura.